em chuvas fortes há quatro anos, o Rio Miranda, que na régua da cidade com o mesmo nome chegou a 7,34 metros de altura, esta tomado de galhos e vegetação flutuante que estão colocando em risco a arela de madeira construída paralelamente à ponte de concreto no o do Lontra.
É que estes camalotes e outros materiais flutuantes estão ficando presos nos pilares da arela e com a força da água, que está subindo a cada dia, existe o risco de a estrutura não ar a força da natureza, explica Rogério Iehle Walter, proprietário de pousada próximo a esta arela.
Para reduzir o risco de desabamento, voluntários da região e funcionários da Agesul estão, desde segunda-feira, fazendo uma espécie de força-tarefa para desobstruir a arela e fazer com que a correnteza carregue estes camalotes, informa o empresário.
Mas, como a quantidade de material que desce pelo rio é muito grande, logo depois da limpeza a vegetação volta a ficar acumulada no entorno dos pilares de madeira, explica. E, se a quantidade for muito grande, a correnteza ganha mais força e pressiona a arela.
Fazia quatro anos que o rio não subia tanto e por isso uma quantidade extra de vegetação que se acumulou nas margens do rio e nas bahias está sendo arrastada neste ano pela correnteza.
A arela, de 200 metros comprimento e 2,5 metros de largura, utilizada por pedestres do povoado para atravessar o rio e principalmente para servir de ponto de contemplação para turistas, foi construída em 2020 e esta é a primeira vez que a pelo teste de uma cheia, que está só começando naquela região do Pantanal.
No o do Lontra, que fica no quilômetro 8 da estrada parque, ainda faltam cerca de 40 centímetros para o rio transbordar, mas a previsão é de que em três semanas a água que atualmente desabriga famílias na cidade de Miranda chegue à região da arela e se espalhe pela planície, o que vai aumentar a quantidade de material flutuante e assim elevar o risco de desabamento da estrutura.
Esta arela foi construída depois do desabamento da velha ponte de madeira que existia no local desde os anos 70 do século ado. Embora estivesse tombada como patrimônio histórico municipal pela prefeitura de Corumbá, ela não recebeu a manutenção devida e boa parte dela acabou desmoronando.
Em seu lugar, o governo estadual instalou a agem para pedestres. Além de servir como meio de travessia alternativa à ponte de concreto, ela impede que barcos-hotéis de grandes dimensões que saem de Corumbá subam o Rio Miranda além daquele ponto.
Empresários do setor de turismo da cidade de Corumbá e aqueles que exploram o turismo nas imediações de Miranda travam uma luta história pelo controle da região. Donos de hotéis do o do Lontra e de Miranda alegam que a chegada de grandes embarcações àquela região acabaria com o estoque pesqueiro e prejudicaria a fauna e a flora às margens do Miranda.
A ponte de concreto, que está liberada desde 2012, foi construída mais de sete metros acima do nível da água e por isso permite que grandes embarcações subam o rio. Mas a velha ponde de madeira, e agora a arela, barram este tráfego.