Juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida remarcou para os dias 21 e 22 de maio audiências do homicídio do estudante Matheus Coutinho Xavier, que foi assassinado por engano no lugar do pai, o capitão reformado da Polícia Militar, Paulo Roberto Teixeira Xavier. São réus no processo Jamil Name, acusado de ser o mandante do crime, Jamil Name Filho, o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o ex-guarda municipal Marcelo Rios, e os pistoleiros Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, que estão foragidos.
Audiências foram adiadas no dia 21 de março, devido a decretação de estado de emergência pelo governo federal e pelo decreto da Prefeitura de Campo Grande, decorrente da pandemia do coronavírus. Além disso, resolução do Conselho Nacional de Justiça que determinou a suspensão de prazos processuais até 30 de abril.
De acordo com despacho do magistrado, que está em substituição legal na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no dia 21 de maio serão ouvidas duas testemunhas de acusação pela manhã e oito testemunhas de defesa na parte da tarde.
Já no dia 22, serão ouvidas mais testemunhas de defesa, apenas à tarde.
MILÍCIA
Segundo as investigações, os autores do crime pertencIam a uma organização criminosa que promoveria a execução de diversas pessoas, que seriam desafetos do grupo, o qual foi alvo de operação Omértá, deflagrada no ano ado.
Conforme a Justiça, a milícia é estruturada com divisão de tarefas e, desde o início do grupo, em junho de 2018, os integrantes começaram a praticar crimes de homicídio, entre eles o de Matheus, ocorrido em 9 de abril de 2019, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande.
Durante as investigações, Polícia Civil afirma que ficou demonstrado que todos os acusados planejaram a morte do policial militar, mas por erro de execução, acabaram matando o filho dele por engano.
Jamil Name e o filho são apontados como mandantes do crime e teriam determinado que Marcelo Rios contratasse os pistoleiros, José e Juvanil, para a execução. Rios e Vladenilson também forneceram veículos e armamento para o homicídio, enquanto o hacker ajudou na localização do endereço atualizado da vítima.
Matheus deixava a garagem da casa onde morava, em uma caminhonete S10, que pertencia ao pai dele, quando dois homens se aproximaram em um veículo e já desceram atirando. A vítima foi atingida ao menos sete vezes por um fuzil calibre ponto 762, de acordo com o apontado pela perícia. Os bandidos fugiram após os disparos.
OMERTÁ
As denúncias de envolvimento de Name e Name Filho em crimes começaram em maio do ano ado, após a apreensão de um arsenal em poder do guarda municipal Marcelo Rios (detido no Presídio Federal de Campo Grande). Além dos Name, outros quatro guardas municipais e cinco policiais (sendo um federal), foram presos, apontando também o envolvimento de um advogado.
A Operação Omertá está em andamento desde o fim de setembro. Os assassinatos de pelo menos três pessoas estão relacionados com o grupo de extermínio sob investigação: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho do ano ado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante de Direito Matheus Xavier.