Em dois anos, mais precisamente nas eleições de 2026, o ex-governador Reinaldo Azambuja e o atual governador Eduardo Riedel bem provavelmente não estarão mais no ninho tucano para brigar, respectivamente, por uma vaga no Senado ou garantir a reeleição para a istração estadual.
Fontes ouvidas pelo Correio do Estado deram como certo que as duas maiores lideranças políticas de Mato Grosso do Sul vão respirar novos ares até o fim do próximo ano, para que possam iniciar 2026 focados apenas nas campanhas eleitorais para o pleito.
Um interlocutor muito próximo de Azambuja – que atualmente é o presidente estadual do PSDB – revelou à reportagem que o ex-governador e também o atual governador já estariam trabalhando a possibilidade de migrarem para quatro partidos.
Apesar de a fonte não revelar quais seriam essas legendas, se especula que uma delas seria o próprio PSDB, o qual, em 2025, deve fazer em nível nacional uma fusão com o MDB, para que juntos possam voltar a ser protagonistas.
Entretanto, tirando o bom desempenho nas eleições municipais deste ano, o MDB também não tem uma grande representatividade no Congresso, com 44 deputados federais e 10 senadores. Portanto, diante desse cenário nada auspicioso para os tucanos e os emedebistas, as lideranças nacionais das duas legendas já dão como certa essa fusão que ainda incluiria o Cidadania.
Conforme fonte do Correio do Estado em Brasília (DF), a possibilidade dessa fusão ganhou mais força porque seria a chance de as três legendas continuarem existindo nacionalmente, chegando fortalecidas para as eleições de 2026.
Outro ponto positivo é que o Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, mais conhecido como Fundo Partidário, aumentaria consideravelmente.
Afinal, somando a quantia liberada aos três partidos no ano ado, o total foi de R$ 100.799.090,21 – ou seja, esse seria o quarto maior do Brasil, perdendo apenas para o PL (R$ 154.558.272,68), o PT (R$ 125.619.434,29) e o União Brasil (R$ 104.429.581,80).
Levando em consideração apenas o Fundo liberado até setembro deste ano, as três siglas somaram R$ 80.506.985,86, ficando novamente atrás do PL (R$ 124.930.713,92), do PT (R$ 100.856.179,74) e do União Brasil (R$ 80.532.788,73).
Além disso, em nível estadual, os três partidos ganhariam ainda mais, pois se transformariam na maior legenda de MS, uma vez que, na prática, a conversão das três legendas em uma única sigla faria com que esse novo partido já nascesse gigante, com 54 prefeitos (44 do PSDB e 10 do MDB) – ou seja, 68,4% do total de 79 prefeitos eleitos no Estado.
Essa nova sigla somaria também 407 vereadores (256 do PSDB, 83 do MDB e um do Cidadania) ou 48% do total de 849 vereadores eleitos neste ano em MS e contemplaria ainda 9 deputados estaduais (6 do PSDB e 3 do MDB) – o que representa 37,5% do total de 24 parlamentares – e 3 deputados federais (todos do PSDB), além do governador do Estado. Nenhum dos três partidos em MS têm senadores eleitos.
OUTROS DESTINOS
Na eventualidade de a fusão não ocorrer, os outros destinos de Azambuja e Riedel para a consolidação dos projetos políticos de ambos seriam o PP, da senadora Tereza Cristina; o Podemos, que atualmente está implicitamente sob o comando do PSDB no Estado; e o PSD, de Gilberto Kassab, que hoje tem à frente o senador Nelsinho Trad, o qual já demonstrou interesse de se filiar ao PL de Jair Bolsonaro.
O Correio do Estado não incluiu o PL na relação das quatro possíveis novas moradas das duas lideranças políticas do Estado pois, conforme informado à reportagem, tanto o ex-governador quanto o atual governador sabem que não se enquadram no perfil da sigla, que é hoje tida como de extrema direita, enquanto os dois tucanos são de centro-direita.
Além disso, os bolsonaristas não morrem de amores por Azambuja e Riedel, só aceitando ambos porque foi uma imposição de Bolsonaro, que até já chegou a convidá-los para se filiarem no PL para as eleições de 2026. Contudo, de acordo com a fonte ouvida pelo Correio do Estado, o convite será recusado, porém, o apoio deles ao ex-presidente – caso ele consiga voltar a ser elegível novamente – é tido como certo.
Com relação ao Podemos, a sigla seria a última opção, em função do tamanho da legenda tanto em nível estadual quanto nacional, sobrando, portanto, o PP e o PSD. Cogita-se até a possibilidade de um deles ir para os progressistas e o outro, para os peessedebistas, porém, essa chance é tida como muito remota.
O certo, conforme a fonte ouvida pelo Correio do Estado, é de que ambos vão esperar os desdobramentos do próximo ano, quando devem ocorrer muitas mudanças nos partidos no Brasil. Assim, Azambuja e Riedel teriam a tranquilidade para ver o que é melhor para o projeto político de ambos nas eleições de 2026.
Também é dado como certo de que o ex-governador e o atual governador têm para 2026 o máximo de quatro partidos para organizarem suas campanhas esperando possíveis fusões ou não.
SAIBA
Em uma fusão, dois partidos formam um novo estatuto e discutem juntos as suas regras. Já a federação funciona como uma aliança, com duração mínima de quatro anos, em que as siglas somam votos para eleger congressistas e precisam escolher um único candidato para prefeito, governador e presidente da República.