Escoamento de minério destrói asfalto da BR-262 em Mato Grosso do Sul

Com a paralisação da hidrovia, cerca de 200 bitrens com minério da Vale cruzam o Pantanal diariamente, causando danos na rodovia.

Os efeitos da seca no Pantanal em 2020 não foram apenas ambientais, com as intensas queimadas e os danos à fauna e à flora. Os estragos no pavimento da BR-262, no trecho de 50 quilômetros entre o Buraco da Piranha e a ponte sobre o Rio Paraguai, em Corumbá, são também consequência da escassez de água. Com a paralisação da hidrovia, as exportações de minério de ferro estão sendo feitas por caminhões e a rodovia não ou o tráfego pesado.

Cerca de 200 bitrens cruzam o Pantanal diariamente, desde agosto do ano ado, levando 10 mil toneladas de minério para os portos de Santos. A movimentação na rodovia é intensa e o asfalto está se deteriorando, formando buracos profundos e criando ondulações e deformações na pista. Em alguns pontos críticos, o asfalto cedeu e concentrou a água das chuvas, aumentando os riscos de acidentes – alguns já registrados, sem óbitos.

Os impactos no pavimento, na realidade, expõem problemas estruturais antigos da rodovia, que foi construída na década de 1980. O trecho em desgaste foi asfaltado somente uma década depois da implantação da ligação rodoviária de Corumbá com o resto do Estado e apresenta deficiências em sua base, levantada com material inadequado. Há ocorrência constante de erosões, infiltrações e instabilidade da pista em uma área úmida (de vazão de enchentes).

TAPA-BURACO

O trânsito das carretas com 50 toneladas de minério, em média, ocorre a partir do distrito de Maria Coelho, a 30 km da cidade, onde se concentram as minas da mineradora Vale. São visíveis, a partir deste ponto, os danos à rodovia, além do aumento do tráfego em mais de 700%, segundo a concessionária do pedágio na ponte. Estes mesmos caminhões optaram por circular pela MS-040 desviando da BR-163 e o asfalto da rodovia estadual também se desintegrou.

As condições de tráfego no trecho crítico da BR-262, entre o km 659 e o km 708, tendem a se agravar, tornando a estrada intransitável. A Vale informou que deve manter o transporte rodoviário, mesmo com o retorno gradual das exportações pela hidrovia do Paraguai. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não tem previsão de recuperar a rodovia ainda este ano, cujo serviço depende de contratação por meio de processo licitatório.

“O governo federal tem recursos e o Dnit deve acelerar a obra de restauração, caso contrário, ficaremos sem estrada”, afirma o deputado estadual da região, Evander Vendramini. Ele cobra providências à superintendência regional do órgão e uma ação imediata da bancada federal para garantir a verba.

“O desgaste da rodovia não cabe mais um simples tapa-buraco, tem que melhorar a base, reconstruir um asfalto que sempre foi de má qualidade”, aponta o parlamentar.

ESCOAMENTO PELO RIO

O prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, buscou um diálogo com as mineradoras Vale e Vetorial, que exploram os recursos minerais da Morraria do Urucum, preocupado com a segurança dos usuários da via, enquanto as empresas pedem articulação política com Brasília para viabilizar a sua recuperação. Iunes quer o envolvimento da bancada federal e já cobrou providências do Dnit, que está realizando tapa-buraco em outros trechos da rodovia.

Os impactos gerados pela paralisação da navegação comercial, em razão do baixo nível do Rio Paraguai, refletem não apenas na BR-262, mas no aumento dos fretes em até 30%, com as restrições de cargas fluviais e a longa distância rodoviária aos portos de Santos e Paranaguá. A Vale não detalha suas operações, mas no ano ado havia estimativa de exportar por rodovia pelo menos 1,7 milhão de toneladas de minérios até meados de 2021.

As dificuldades de escoamento, com a intensa seca no Pantanal, se intensificaram com a falta de alternativas de transporte. A Ferrovia Malha Oeste, que poderia ser a opção neste momento, continua abandonada, entre Corumbá e Três Lagoas, por falta de investimento federal. Após cinco meses sem operar, porém, os portos Granel Química (Ladário) e Gregório Curvo (Porto Esperança) voltam a carregar comboios com até 30 mil toneladas de minério.

Hildebrando Procópio

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