Mônica Sifuentes, do TRF-1, autorizou prisão de Joesley Batista, Ricardo Saud e mais 17 pessoas. PF deflagrou nesta sexta operação que investiga fraudes no Ministério da Agricultura.
desembargadora Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), afirmou em despacho que os executivos do grupo J&F ocultaram “fatos relevantes” nas delações premiadas.
Diante disso, argumentou a desembargadora, foram determinadas as prisões de 19 pessoas nesta sexta-feira (19) na Operação Capitu, deflagrada pela Polícia Federal para apurar fraudes no Ministério da Agricultura(entenda o caso mais abaixo).
Entre as pessoas presas estão Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo J&F que fecharam acordo de delação com o Ministério Público Federal.
“Ao que parece, e à primeira vista, [os delatores] na verdade estão direcionando a atividade policial e investigatória para aquilo que lhes interessa revelar, ocultando fatos relevantes para o esclarecimento da atividade criminosa que se instalou no âmbito da istração pública federal”, afirmou.
Segundo os advogados de Joesley Batista, as investigações da operação começaram justamente a partir dos depoimentos do empresário. Alegam ainda que ele não poderia ser preso em razão de o acordo de delação prever imunidade.
A defesa de Ricardo Saud divulgou a seguinte nota: “O pedido de prisão do colaborador Ricardo Saud causa perplexidade pois ele sempre esteve e permanece à disposição da Justiça, prestando depoimentos e entregando todos os documentos inclusive áudios necessários para corroborar suas declarações.”
Segundo o delegado Mário Veloso, a Polícia Federal descobriu “omissões intencionais” e contradições “graves que colocam em xeque a credibilidade da colaboração”.
“Isso caracterizou obstrução de Justiça e prejuízo à instrução criminal do inquérito policial instaurado. Por isso as prisões foram expedidas”, declarou.
Sobre o delegado, a defesa de Joesley Batista divulgou uma nota: “Ao contrário do que informou o delegado ao Judiciário, não houve omissão. Os pontos trazidos pelo delegado nessa sexta feira constam em diversos anexos que fazem parte da colaboração de Joesley Batista feita em maio de 2017 com o Ministério Público. A mera leitura dos anexos revela que todos os temas foram abordados na colaboração.”