Chamado de o “julgamento da década”, o júri desta segunda-feira (17), o primeiro da Operação Omertà, vai reunir Jamil Name Filho, o Jamilzinho; exército de advogados, incluindo um ex-ministro do STJ (Superior Tribunal e Justiça); quatro promotores; testemunha-chave que migrou de denunciante para a defesa dos réus; e um pai que, conforme a denúncia, era o verdadeiro alvo do fuzilamento que matou Matheus Coutinho Xavier, estudante de 19 anos.
Com a possibilidade de se estender de hoje até quinta (20), o julgamento acontece em sua quarta tentativa. Matheus foi morto em 9 de abril de 2019, uma terça-feira, por volta das 18h, em frente de casa, no Jardim Bela Vista, enquanto manobrava a caminhonete do pai. O rapaz foi atingido com sete tiros e o disparo fatal foi na base do crânio.
A primeira data de julgamento foi em 28 de outubro de 2020. Na sequência, recursos levaram a outras duas remarcações: 15 de fevereiro e 16 de maio deste ano.
Dia 17 – Nesta segunda-feira, serão ouvidas as cinco testemunhas de acusação e o ex-policial Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai de Matheus. No período da manhã, são três testemunhas arroladas pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul): Giancarlos de Araújo e Silva (investigador da Polícia Civil), Tiago Macedo dos Santos (delegado da Polícia Civil) e Daniella Kades de Oliveira Garcia (delegada da Polícia Civil).
No período da tarde, serão ouvidos mais dois delegados da força-tarefa da Omertà: João Paulo Natali Sartori e Carlos Delano Gehring Leandro de Souza. Pai da vítima, Paulo Xavier será ouvido como informante. Testemunha é obrigada a dizer a verdade e não pode ter interesse na causa.
Audiência sobre o homicídio em 2 de março de 2020 (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Dia 18 – Na terça-feira, serão ouvidas as testemunhas de defesa dos réus Jamil Name Filho, o policial civil Vladenilson Daniel Olmedo e o ex-guarda municipal Marcelo Rios.
A partir das 8h, falam as testemunhas de Jamilzinho. A lista de três pessoas tem Silvano Gomes Oliva (advogado), Leonardo Fabrício Gomes Soares (psiquiatra) e Eliane Benitez Batalha dos Santos.
Eliane é um capítulo especial na operação Omertà. Esposa de Marcelo Rios, que foi preso em maio de 2019 com arsenal em imóvel da família Name, ela contou que o marido trabalhava para Jamil Name e que estava preocupado após a execução por engano.
Ela e os filhos do casal chegaram a ficar no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), diante do medo de Rios de que a família sofresse retaliação. Mas na fase de audiências, mudou de versão e, agora, será testemunha de defesa.
No período da tarde, os jurados ouvem as testemunhas de Marcelo Rios: Orlando de Oliveira de Araújo (o Orlando Curicica, ex-policial militar e chefe de milícia no Rio de Janeiro) e Eliane.
A defesa de Vladenilson arrolou as testemunhas Mário Cesar Velasque Ale (policial civil) e Wagner Louro da Rocha.
Campo Grande Newa