Há 16 dias, a acadêmica de Medicina Cinthia González viu o marido, o jornalista brasileiro Leo Veras, ser assassinado com 12 tiros de pistola 9 milímetros. Desde aquele dia, diz que não foi formalmente interrogada pela polícia paraguaia e diz que a “as autoridades estão perdidas” na investigação.
No dia 12 de janeiro, em Pedro Juan Caballero, Cinthia e o pai estavam com Leo Veras, jantando, quando os homens armados e encapuzados invadiram a casa e atiraram no jornalista. Depois disso, estão sob proteção policial, por serem consideradas testemunhas importantes. Porém, apesar desse cuidado, não foram ouvidos na investigação.
“Não me mandaram chamar, não declarei nada, ninguém me chamou, nem a mim ou meu pai”, disse, em entrevista ao Campo Grande News.
No dia 22 de janeiro, dez pessoas foram presas em Pedro Juan Caballero, investigadas pela morte de Veras, sendo três brasileiros, seis paraguaios e um boliviano.
Ela diz que ficou sabendo dos rumos da investigação pelo noticiário, mas questiona a linha adotada pela polícia e o MP (Ministério Público) do Paraguai. “Não estão fazendo como deveria, estão envolvendo pessoas que não tem relação”, disse, mas não especificou qual seria o rumo que deveria ser adotado.
Questionada se a morte do marido teria relação com crime de vingança por parte de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), Cinthia comentou apenas que “não saberia dizer”.
Informalmente, na noite da morte do marido, disse à promotoria que ele esteve preocupado algumas semanas antes da execução, mas que não relatou qual seria o problema. No velório, em entrevista a uma rádio, Cinthia contou que Leo não tinha o hábito de falar do trabalho. Somente reforçou que Leo não estava sendo ameaçado.
Porém, lembrou da atuação de Leo na investigação sobrea morte do adolescente Alex Ziole Areco Aquino, 14 anos, assassinado a tiros e que teve corpo esquartejado e queimado.